Na vila de Boa Esperança, todo mundo esperava ansioso pela chegada de Rosinha, a noiva mais bonita da região. O plano era um verdadeiro espetáculo: ela viria montada no burrico Carvão, enfeitado com fitas coloridas e uma coroa de flores.
Tudo estava indo bem até que, no meio do caminho, Carvão decidiu que não ia mais andar. Simplesmente parou, fincou as patas no chão e olhou para os convidados como quem dizia: "Eu cheguei até aqui, agora se virem!"
O padrinho correu para puxar a rédea. Nada. O sanfoneiro tentou tocar uma moda animada para ver se o burrico se empolgava. Nada. Até a mãe da noiva veio com promessa de pamonha extra depois da festa. Carvão nem piscou.
Foi então que Rosinha, prática como sempre, desceu, ajeitou o vestido e, sem cerimônia, sussurrou no ouvido do burrico: "Se não andar, eu caso com o cavalo do vizinho!"
Carvão, esperto que só, arregalou os olhos e, num impulso, disparou para frente! Só que de tão animado, passou direto pela entrada da capela e foi parar no meio da praça, com Rosinha segurando firme no arreio.
Depois de muita risada e uma caminhada improvisada de volta, a cerimônia finalmente aconteceu. Mas até hoje, sempre que alguém na vila hesita em alguma decisão, o povo brinca: "Vai empacar igual o burrico ou vai correr igual Carvão?

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