No começo dos tempos, Certo e Errado eram mais do que conceitos; eles eram espíritos vivos que caminhavam lado a lado pelo mundo, moldando o destino da humanidade.
Ambos tinham formas humanas, mas carregavam características que refletiam suas essências.
Certo era luminoso, com uma postura reta, olhos claros e uma voz firme que trazia calma e segurança.
Errado, por outro lado, tinha uma aparência sedutora, com olhos enigmáticos e um sorriso que provocava curiosidade e dúvida.
Certo e Errado tinham uma missão: ensinar os humanos a fazer escolhas, porque os deuses haviam decidido que o livre-arbítrio era o presente mais precioso que poderiam dar.
Mas eles também sabiam que o equilíbrio era essencial para que esse presente funcionasse.
Um dia, enquanto caminhavam juntos, chegaram a um povoado dividido por um problema: um lago, que era fonte de água para todos, estava sendo contaminado por aqueles que buscavam atalhos fáceis e descartavam lixo nele.
Algumas pessoas sugeriam limpar o lago e criar regras para protegê-lo, enquanto outras preferiam ignorar o problema, acreditando que a solução era complicada e desnecessária.
Certo aproximou-se do povoado e, com sua voz suave, explicou os benefícios de agir com responsabilidade, mesmo que isso exigisse esforço.
Ele lembrou às pessoas que as ações de hoje moldam o futuro e que proteger o lago garantiria a sobrevivência de todos.
Errado, por sua vez, encantou a multidão com promessas de soluções rápidas e fáceis: “Por que se preocupar? Sempre há outros lugares para buscar água. Aproveitem o tempo que economizam para cuidar de seus próprios interesses!”
Os habitantes ficaram divididos.
Alguns seguiram as palavras de Certo, dedicando-se a limpar o lago e estabelecer normas para preservá-lo.
Outros seguiram Errado, jogando mais lixo e buscando alternativas individuais.
Os anos passaram, e aqueles que escolheram Certo colhiam os frutos de sua decisão.
O lago se tornou cristalino, as plantações prosperaram, e a comunidade cresceu unida.
Já aqueles que
seguiram Errado enfrentaram dificuldades crescentes—água escassa, terras áridas
e isolamento.
Certo e Errado, que observavam tudo de longe, refletiram sobre suas missões.
Certo percebeu que mesmo seus conselhos não poderiam evitar que algumas pessoas errassem, mas que o erro também tinha seu valor: ele era um professor severo, mas indispensável.
Errado, por sua vez, entendeu que seus caminhos sedutores não eram o fim, mas um meio para que os humanos aprendessem o verdadeiro significado de suas escolhas.
Eles concluíram que, apesar de suas diferenças, juntos desempenhavam um papel fundamental no crescimento humano.
E assim, continuaram vagando pelo mundo, colocando diante das pessoas as mesmas perguntas que guiaram o povoado: “Qual caminho você escolherá, e por quê?”
Esse conto apresenta Certo e Errado como guias da humanidade, mostram como eles trabalham juntos para nos ensinar lições valiosas.
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