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março 25, 2025

A HISTÓRIA DO MORCEGO E DO RATO

 


 

O MORCEGO E O RATO

 

Em uma pequena vila rodeada por colinas verdes e florestas densas, havia um antigo campanário, que se erguia como um guardião silencioso das histórias do tempo. Ali viviam duas criaturas bem diferentes, mas com algo em comum: o campanário era seu lar.

 

O rato, Nicolau, era uma criatura ágil e curiosa. Durante o dia, ele explorava cada canto do campanário, procurando comida, escondendo-se de predadores e descobrindo passagens secretas que ninguém mais conhecia. Ele se considerava o mestre daquele lugar e tinha orgulho de saber cada detalhe sobre sua estrutura.

 

Já Estrela, o morcego, passava os dias pendurada no alto da torre, descansando em silêncio, e à noite se tornava livre. Com suas asas fortes, voava por quilômetros, cruzando os campos e florestas sob o brilho do luar. Para ela, o campanário era apenas um refúgio temporário entre suas aventuras.

 

Uma noite, enquanto Nicolau se preparava para se recolher, viu Estrela retornando de mais uma de suas viagens. Ele nunca entendia por que a morcega escolhia se afastar tanto, arriscando-se fora do conforto e da segurança do campanário. Movido pela curiosidade, decidiu confrontá-la:

 

"Por que você sempre voa para tão longe, Estrela? Este campanário já não tem tudo o que você precisa? Eu sei de todas as melhores rotas para encontrar comida, e nenhum predador consegue me alcançar aqui."

 

Estrela, balançando suavemente enquanto repousava, sorriu e respondeu: "Ah, Nicolau, o mundo lá fora é tão vasto! Há mais do que estas paredes e corredores. Eu posso sentir o vento no meu rosto, ver a floresta se mover como um tapete verde e admirar as estrelas que iluminam o céu. Isso me dá vida!"

 

Nicolau bufou: "Mas tudo isso parece perigoso e desnecessário. O campanário me dá tudo o que preciso. Não trocaria minha segurança por um simples vislumbre de estrelas."

 

Enquanto discutiam, o céu, antes claro, começou a escurecer. Nuvens pesadas se formaram, e uma tempestade inesperada desabou sobre a vila. Relâmpagos iluminavam o campanário, e o vento uivava como uma fera enfurecida. Um raio atingiu a base da torre, causando um pequeno desmoronamento. Nicolau, desesperado, correu em busca de abrigo, mas o lugar que ele sempre chamara de seguro agora parecia traiçoeiro. Estrela, percebendo o perigo, desceu rapidamente e disse: "Siga-me, Nicolau, confie em mim!"

 

Ela usou suas asas para guiá-lo até uma abertura mais segura no topo do campanário, onde ambos se protegeram. Lá, enquanto a tempestade rugia lá fora, os dois refletiram sobre o que havia acontecido.

 

Na manhã seguinte, com o sol brilhando novamente, Nicolau disse: "Obrigado, Estrela. Eu nunca teria conseguido sem sua ajuda. Talvez eu tenha subestimado o valor de enxergar além do que está ao meu alcance."

 

Estrela respondeu com ternura: "E eu, Nicolau, percebi que o conhecimento detalhado do que está ao redor pode ser tão valioso quanto enxergar o horizonte. Somos diferentes, mas é isso que nos torna fortes."

 

A partir daquele dia, o rato e o morcego se tornaram amigos inseparáveis, combinando suas habilidades para explorar e proteger o velho campanário, tornando-o não apenas um abrigo, mas um lugar de aprendizado mútuo.

 

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